segunda-feira, 29 de janeiro de 2018


Minha doce Maria! Tens toda a razão se quiseres apresentar uma reclamação pela ausência de cartas. Entre a correria diária, o tempo que resta é todo aproveitado para estar contigo, para te encher de mimos e beijinhos e para fazer umas quantas brincadeiras parvinhas que tu adoras e que te fazem rir à gargalhada. Sem querer fui deixando as cartas para segundo plano. Mas hoje deu-me uma imensa vontade de te escrever. Mereces que partilhe contigo como estás crescida e como és uma delícia de menina. A pouco mais de dois meses de fazeres os teus dois aninhos falas imenso, és uma tagarela. Também já cantas e ultimamente o hit cá de casa é “Olha a bola Manel” que cantas com tanta dedicação que não há quem não se derreta.
És extremamente carinhosa e adoras miminho. No outro dia, já prontinha para dormires com o teu pijama do pinguim (é o teu favorito e por ti até para a escola o levavas) deste-me a mão e conduziste-me até ao meu quarto, pediste-me para ir para a minha cama e eu deitei-te convencida que querias ver um bocadinho de televisão. Qual não foi o meu espanto quando tu muito calmamente me esticas a tua perna e me dizes “miminhos pés”. Como é óbvio parti-me a rir e tu lá tiveste direito aos teus miminhos nos pés porque na verdade ser criança cansa e tu devias estar mesmo a precisar.  
Mas sabes, de tudo o que já fazes e dizes e que tantas vezes me emociona houve uma coisa que me deixou numa corrente impetuosa de lágrimas. Desde que nasceste que te digo muitas vezes amo-te. Digo-te vezes sem conta por achar que nunca são suficientes e porque esse amor é a maior certeza da minha existência. Digo-te sem esperar nada em troca porque é um amor incondicional e só quero que o sintas a cada momento. Digo-te e observo-te a sorrir por teres a certeza que te estou a dizer algo especial. Digo-te e a semana passada tu olhas para mim nos olhos e pela primeira vez dizes “Amo-te”. E queria eu ter palavras para descrever o que senti…

P.S.- Na próxima carta falo-te do Pedro! O nosso novo amor a quem tu já dás miminho, mesmo que ele ainda só esteja na minha barriga.


Amo-te!