quarta-feira, 11 de julho de 2018



Pedro, hoje a carta é para ti! Acabei de ir ao teu berço e tu presenteaste-me com um dos teus sorrisos rasgados e eu juro-te que fiquei tão louca de amor que tive a certeza que tinha de escrever e de partilhar o que estou a sentir, a verdade é que tanto amor já não cabe em mim. Estou louca, maluca, desvairada, alucinada com o tanto que me vieste acrescentar. És um bebé tão, mas tão doce, sempre pronto a mostrar o tal sorriso rasgado que me derrete todos os dias. 
Sentir-te nos meus braços pela primeira vez foi quase surreal… Chorei, apertei a mão ao teu pai, fechei os olhos e vi a tua irmã, olhei para ti outra vez e agradeci!
A tua irmã foi conhecer-te no dia seguinte e nunca mais me irei esquecer de quando ela entrou a medo no quarto do hospital, longe de saber que também eu morria de medo sem saber qual seria a reacção dela. A Maria aproximou-se, quis subir para a minha cama, olhou para ti e com a naturalidade dos seus dois anos disse: “O Pedro saiu?”. Eu respirei de alívio pela forma descontraída como ela viveu o momento, sorri com as lágrimas nos olhos que rapidamente me escorreram pela cara e abracei-a enquanto respondi “Saiu”. E assim foi, eras parte de nós e eu olhava para ti e sentia que sempre o foste mesmo antes de o seres. Tinhas de existir, tinhas de ser tu… O meu Pedro de olhos grandes e doces, terno, tranquilo! Naquele instante senti-me a mulher mais plena e completa do mundo!
Agora somos quatro cá em casa e a nossa vida é uma tremenda de uma aventura! A tua irmã adora-te, dá-te imensos beijinhos e miminhos e ai de quem se aproximar de ti!!! Um destes dias fomos buscá-la os dois à escolinha e um dos amiguinhos dela aproximou-se do teu carrinho para te ver… Era vê-la a gritar: “O MANO É DA MARIA!! TIRA A MÃO!!!”. Tenho para mim que com uma irmã tão galinha não vais ter a vida facilitada!

AMO-TE, AMO-TE A TI, AMO A TUA IRMÃ, AMO O TEU PAI E AMO A VIDA ATÉ NOS DIAS MENOS BONS POR VOS TER AO MEU LADO!

quinta-feira, 8 de março de 2018



Hoje fazes 2 anos!
Não tenho palavras para explicar o quanto estes dois anos foram especiais. Aprendi tanta coisa contigo e descobri um amor sem fim, capaz de fazer o meu coração em farrapos ao mínimo sobressalto. Foram dois anos de crescimento ao teu lado. Foste tu que me ensinaste a ser mãe e é contigo que tenho ainda tanto para aprender.
Desculpa se ao longo deste tempo cometi algum erro contigo. A verdade é que as mães não sabem sempre tudo, no máximo fazem é tudo com tanto amor que só lhes resta acreditar que estão a fazer o que é certo.
Olho para ti e vejo uma menina com os olhos brilhantes de felicidade. És mesmo feliz e enquanto assim for eu não preciso de mais nada na vida. Às vezes dou por mim a pensar que não conheço nenhum adulto com esse brilho de felicidade pura nos olhos e tenho medo (muito medo) que o desencanto te toque aqui e ali e tu deixes fugir parte desse olhar brilhante. Se isso acontecer refugia-te na criança que vais ter sempre dentro de ti e que eu vou fazer de tudo para ter sempre as melhores recordações.
Com dois anos és tão linda, dás muitos beijinhos, dizes-me “amo-te muito” quando vais para a escola e dás-me um “xi apetadinho” quando te vou buscar. És brincalhona e traquina e eu uma mãe mesmo muito babada que enquanto te escreve esta carta não consegue conter as lágrimas.
Obrigada pelo privilégio de ser tua mãe! Tenho o secreto desejo que no meio deste caminho tu consigas sentir metade (basta metade) do orgulho em ter-me como mãe, do que aquele que eu sinto em que sejas minha filha.

Feliz aniversário, meu amor!

Amo-te.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018



Meu doce, tal como prometido hoje venho falar-te do nosso novo amor, o “Pedro Pedrinho”, como tu tão carinhosamente lhe chamas. Vais vendo a minha barriga crescer, fazes-lhe mimo, dás muitos beijinhos e chamas o teu irmão pelo nome. Por mais que uma vez ele reage quando lhe tocas e os teus olhos brilham ao perceberes que é ele, ficas em êxtase a dizer “Pedro Pedrinho” e eu fico maluca de felicidade.
Sei que não deves ter bem noção daquilo que vai acontecer, sei que em termos logísticos tudo se vai complicar e que não vou escapar a umas quantas crises de ciúmes. Sei isso tudo, mas também sei que te vou dar o melhor presente da tua vida. Não te vou mentir, há dias em que me sinto com medo da aventura que aí vem! Mas depois olho para ti e sei que até os dias piores vão ser bons e vão valer a pena. E claro que não me posso esquecer que nesta equação também entra o teu pai, o melhor do mundo, que todos os dias me faz acreditar que juntos somos capazes de tudo!
Agora vou dar-te uns quantos recados. Nunca te atrevas a sentir que dividi o amor que sinto por ti e dei metade ao teu irmão. O amor não se divide, só se multiplica. É normal o Pedro precisar mais da minha atenção no início, mas prometo que vamos ter sempre tempo para os nossos mimos e “xis apetadinhos”. E queres saber o melhor de tudo? Vamos ter mais um companheiro para as nossas brincadeiras, para as nossas danças de pés descalços, para as nossas aventuras culinárias e para os nossos passeios que tu nunca queres que acabem.
O meu maior desejo é que vejas no teu irmão um aliado para a vida, um companheiro de crescimento no amor e na partilha.
Nem imaginas como estou ansiosa por vos ver juntos!

Amo-te!

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018


Minha doce Maria! Tens toda a razão se quiseres apresentar uma reclamação pela ausência de cartas. Entre a correria diária, o tempo que resta é todo aproveitado para estar contigo, para te encher de mimos e beijinhos e para fazer umas quantas brincadeiras parvinhas que tu adoras e que te fazem rir à gargalhada. Sem querer fui deixando as cartas para segundo plano. Mas hoje deu-me uma imensa vontade de te escrever. Mereces que partilhe contigo como estás crescida e como és uma delícia de menina. A pouco mais de dois meses de fazeres os teus dois aninhos falas imenso, és uma tagarela. Também já cantas e ultimamente o hit cá de casa é “Olha a bola Manel” que cantas com tanta dedicação que não há quem não se derreta.
És extremamente carinhosa e adoras miminho. No outro dia, já prontinha para dormires com o teu pijama do pinguim (é o teu favorito e por ti até para a escola o levavas) deste-me a mão e conduziste-me até ao meu quarto, pediste-me para ir para a minha cama e eu deitei-te convencida que querias ver um bocadinho de televisão. Qual não foi o meu espanto quando tu muito calmamente me esticas a tua perna e me dizes “miminhos pés”. Como é óbvio parti-me a rir e tu lá tiveste direito aos teus miminhos nos pés porque na verdade ser criança cansa e tu devias estar mesmo a precisar.  
Mas sabes, de tudo o que já fazes e dizes e que tantas vezes me emociona houve uma coisa que me deixou numa corrente impetuosa de lágrimas. Desde que nasceste que te digo muitas vezes amo-te. Digo-te vezes sem conta por achar que nunca são suficientes e porque esse amor é a maior certeza da minha existência. Digo-te sem esperar nada em troca porque é um amor incondicional e só quero que o sintas a cada momento. Digo-te e observo-te a sorrir por teres a certeza que te estou a dizer algo especial. Digo-te e a semana passada tu olhas para mim nos olhos e pela primeira vez dizes “Amo-te”. E queria eu ter palavras para descrever o que senti…

P.S.- Na próxima carta falo-te do Pedro! O nosso novo amor a quem tu já dás miminho, mesmo que ele ainda só esteja na minha barriga.


Amo-te!

segunda-feira, 10 de julho de 2017


Maria, meu amor, nem dá para acreditar como cresceste. 
És tão castiça e graciosa que derreto cada vez que penso em ti. Já andas, já sobes e desces o sofá, reclamas quando alguma coisa não te agrada e dizes “bigada” quando te dou o que queres. És traquina e já sabes como usar esse sorriso malandro a teu favor. Às vezes fico com a sensação que frequentas uma escola de formação de actores enquanto durmo. Para teres uma ideia tu até finges que choras para ver se me convences a alinhar nas tuas traquinices.
Gostas de exibir as tuas conquistas e é para mim um orgulho ver-te a apontar para os teus olhos, o teu nariz e a tua boca quando te pergunto, sem te enganares uma única vez. É um orgulho tão grande que nem que quisesse conseguia descrever. Então quando te pergunto pela tua barriga e tu levantas a camisola e dás umas palmadas na tua “pança”, é de rir até não poder mais.
És extremamente vaidosa e adoras sapatos. Cada vez que os vamos calçar tu não paras de dizer “qui lii”, que quer dizer “que linda” na tua linguagem. É absolutamente delicioso… Pelo menos enquanto ainda for eu a decidir o que calças. Ontem, eu e o teu pai fomos contigo a uma sapataria para te comprar umas sapatilhas e conquistaste toda a gente. Mal entraste gritaste “QUI LIIIIIII”, desataste a pegar em sandálias que nitidamente eram enormes para ti e começaste a tentar calça-las. Conseguiste animar o dia de cada pessoa que lá estava e a mim só me apetecia gritar “É minha filha!!!”.
Juro-te, às vezes tenho de me controlar para guardar este amor todo dentro de mim. Olho para ti e sei que só por existires já valeu a pena viver.

Amo-te tanto, tanto, tanto e cada vez mais!


P.S.- Todos os dias eu digo que te amo ao ouvido e prometo fazê-lo todos os dias que passar ao teu lado.

domingo, 14 de maio de 2017

Minha querida Maria, hoje vou falar-te do nosso país. É um país pequenino este nosso Portugal. Um país pequenino do qual hoje se fala pelo mundo inteiro.  Ontem ganhámos o Festival Eurovisão com uma canção que vou fazer questão que ouças e aprendas o significado. Ganhámos com uma canção simples que fala de amor de forma simples, transparente e despida de artifícios. Na verdade, fala de amor como ele deve ser falado. E pensar que às vezes se complica tanto…
Ontem emocionei-me e acredito que cada português se tenha emocionado também ao sentir cada palavra que o Salvador Sobral cantou. Ver um país inteiro unido, a torcer por um dos nossos, é coisa de arrepiar.
Sabes, muitas vezes esquecemo-nos de ter orgulho neste nosso cantinho, muitas vezes esquecemo-nos de acreditar que somos capazes, muitas vezes esquecemo-nos do quão bons conseguimos ser. Mas hoje não, hoje sabemos que somos capazes e que conseguimos ser os melhores.  
Vi tantas vezes um país triste e desiludido que até me custa a habituar a este sentimento de orgulho extremo.
Não sei como vai ser daqui para a frente, mas gostava que crescesses neste país orgulhoso de si próprio e com fé nos seus.
Peço que nunca te sintas diminuída por teres nascido neste país pequenino. Vou fazer questão de te mostrar o quão grande este país é, apesar do seu tamanho. Posso dizer-te que já me emocionei tantas vezes com este pedacinho de terra. A beleza de São Miguel é arrasadora, a melancolia da vista do Cais da Ribeira no Porto aquece o coração, o Palácio da Pena em Sintra faz sonhar qualquer um e o nosso mar sem fim apazigua o pensamento mais revolto. Como estes podes perder-te e emocionar-te em tantos outros lugares. E depois tens as pessoas… simples, lutadoras, resistentes e tão cheias de amor.
Que sejas sempre orgulhosa deste teu país e que saibas sempre ver o melhor dele, meu amor.

Amo-te!

quinta-feira, 9 de março de 2017

Querida Maria ontem fizeste um ano! Ainda nem acredito que já passou um ano desde o dia em que senti a tua pele pela primeira vez. Foi uma sensação tão incrível que nem te consigo explicar. Um ano… Um ano completamente louco e de uma felicidade arrebatadora. Um ano com direito a tudo! Sorrisos, lágrimas, gargalhadas, birras, muita roupa suja, brinquedos por todo o lado, músicas infantis até não dar mais, danças parvas, cocós gigantes, vomitado capaz de atingir todos os cantos da sala, uma montanha de medos, muitas dúvidas e uma certeza… A certeza que não há amor maior que o amor que sinto por ti. Até nos dias mais difíceis, em que parece só haver lugar para a exaustão, eu sinto aquele borbulhar no coração de quem ama sem limites.
Aiii e lá estou eu de lágrimas nos olhos enquanto penso neste teu primeiro ano!
Com um ano és bastante traquina, tens quatro dentes que ainda não sabes usar da melhor forma (ultimamente pensas que dás beijinhos quando na verdade estás a dar valentes ferradelas), tens uma gargalhada encantadora, adoras a hora do banho, chamas “mamã” quando estás aflita com alguma situação, és louquinha pelo teu pai, gatinhas pela casa toda com uma velocidade um bocado assustadora, ainda não caminhas porque ainda não percebeste a utilidade de caminhar quando gatinhar é tão rápido, danças imenso, tentas cantar, bates palmas efusivamente quando tocam as tuas músicas favoritas, dizes “olá” a toda a gente que vês e sorris a maior parte do tempo. Fazer de ti uma criança feliz é o meu maior objectivo e, enquanto sorrires assim eu sei que estou a ir pelo caminho certo, apesar do meu jeito meio trapalhão de ser.
Nos próximos aniversários, tenho uma condição para receberes a tua prenda. A partir do próximo ano, no dia 8 de Março, vais ter de me olhar nos olhos e dizer “Prometo que vou ser feliz!”. Este ano só te safaste por ainda seres muito pequenina, mas para o ano já não escapas!


Amo-te.