Pedro, hoje a carta é para ti! Acabei
de ir ao teu berço e tu presenteaste-me com um dos teus sorrisos rasgados e eu
juro-te que fiquei tão louca de amor que tive a certeza que tinha de escrever e
de partilhar o que estou a sentir, a verdade é que tanto amor já não cabe em
mim. Estou louca, maluca, desvairada, alucinada com o tanto que me vieste
acrescentar. És um bebé tão, mas tão doce, sempre pronto a mostrar o tal
sorriso rasgado que me derrete todos os dias.
Sentir-te nos meus braços pela
primeira vez foi quase surreal… Chorei, apertei a mão ao teu pai, fechei os
olhos e vi a tua irmã, olhei para ti outra vez e agradeci!
A tua irmã foi conhecer-te no dia
seguinte e nunca mais me irei esquecer de quando ela entrou a medo no quarto do
hospital, longe de saber que também eu morria de medo sem saber qual seria a
reacção dela. A Maria aproximou-se, quis subir para a minha cama, olhou para ti e
com a naturalidade dos seus dois anos disse: “O Pedro saiu?”. Eu respirei de
alívio pela forma descontraída como ela viveu o momento, sorri com as lágrimas nos
olhos que rapidamente me escorreram pela cara e abracei-a enquanto respondi “Saiu”.
E assim foi, eras parte de nós e eu olhava para ti e sentia que sempre o foste mesmo
antes de o seres. Tinhas de existir, tinhas de ser tu… O meu Pedro de olhos
grandes e doces, terno, tranquilo! Naquele instante senti-me a mulher mais
plena e completa do mundo!
Agora somos quatro cá em casa e a
nossa vida é uma tremenda de uma aventura! A tua irmã adora-te, dá-te imensos beijinhos
e miminhos e ai de quem se aproximar de ti!!! Um destes dias fomos buscá-la os dois
à escolinha e um dos amiguinhos dela aproximou-se do teu carrinho para te ver…
Era vê-la a gritar: “O MANO É DA MARIA!! TIRA A MÃO!!!”. Tenho para mim que com
uma irmã tão galinha não vais ter a vida facilitada!
AMO-TE, AMO-TE A TI, AMO A TUA
IRMÃ, AMO O TEU PAI E AMO A VIDA ATÉ NOS DIAS MENOS BONS POR VOS TER AO MEU
LADO!