sexta-feira, 30 de dezembro de 2016


Querida Maria este ano está a chegar ao fim e faltam-me as palavras para descrevê-lo. Lembro-me bem como ele começou... Começou com um olhar cúmplice entre mim e o teu pai e um miminho de ambos na minha barriga. Não sabíamos bem o que aí vinha, mas sabíamos que tinha tudo para ser o ano das nossas vidas. E assim foi…
Comecei este ano cheia de esperança de que quando se acredita que as coisas vão correr bem, elas correm efectivamente bem. Nem sempre pensei assim e esta é uma transformação maioritariamente deste ano.  
Mas a maior transformação foste tu. Até nasceres era a ansiedade de te conhecer, o medo de não estar à altura e a felicidade de preparar a tua chegada. Quando nasceste foi o êxtase, a maior felicidade que já vivi, o maior amor que já senti. De repente eu e o teu pai passámos de dois a uma família e nem imaginas o quanto esse sentimento é gratificante. De repente só interessava estar rodeada de amor, pessoas positivas e pensamentos positivos. De repente tudo o que era negativo, era filtrado e não chegava nem perto do nosso ninho.
De repente eu era feliz com direito a coração acelerado, frio na barriga, sorriso incontrolável e brilho nos olhos. Felicidade que não passa e que eu não deixo fugir, felicidade que quero para sempre.
E, de repente vem aí outro ano que eu sei que vai começar mais uma vez com olhar cúmplice entre mim e o teu pai, desta vez contigo ao colo e com sorte a dizeres “Olá papá, olá mamã” como não te cansas de repetir.
E, de repente eu continuo cheia de esperança de que quando se acredita que as coisas vão correr bem, elas correm efectivamente bem.


Amo-te    

sábado, 24 de dezembro de 2016


Hoje é um dia tão especial e tu nem imaginas. Eu sei que andas desconfiada que alguma coisa deve estar para acontecer. Percebo isso pela forma intrigada com que olhas para os presentes, para as árvores de natal e para as luzes espalhadas por todo o lado. Mas para ti ainda nada mudou. Como de costume acordaste a choramingar e a chamar “mamã”. Quando cheguei ao teu quarto já estavas em pé agarrada às grades da tua caminha e abriste aquele teu sorriso delicioso quando me viste. Eu peguei-te ao colo disse “Bom dia meu amor” e enchi-te de beijinhos enquanto te abraçava. Até aqui nada de novo para ti!  
Mas acredita quando digo que hoje é um dia verdadeiramente especial. 
É NATAL! Hoje é um dos dias preferidos da mamã e este ano tu fazes parte dele. Não caibo em mim de tanta felicidade. Desde pequena que acordo sempre feliz no dia 24 de Dezembro. Confesso que até me torno ligeiramente insuportável, a tua avó que o diga! Mas é esse o espírito! Tens autorização para te tornar tão chatinha como eu neste dia.
O Natal é sobretudo uma celebração do amor. E eu já te expliquei que o amor é o mais importante, lembraste? Neste dia há amor por todo o lado. Há amor nas mãos de quem faz doces para a família, há amor nos abraços dos familiares que se encontram de fugida no resto do ano, há amor nos olhares e nas conversas. É por isso que estou sempre tão feliz neste dia. 
Na verdade, acho que nunca deixei de sentir o Natal com coração de criança. Quando cresces a única coisa que muda é o facto de ganhares consciência que nem todas as pessoas têm natais tão felizes. É por isso que para mim este dia é também um dia de imensa gratidão. Quando ganhares essa consciência a única coisa que podes fazer é mesmo estar grata e claro, seres solidária com quem não tiver a mesma sorte. Não caias na ilusão de que vais mudar o mundo e tornar o Natal de toda a gente feliz, mas se mudares o Natal nem que seja de uma pessoa já é um grande passo.


Amo-te 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Hoje foi dia de montar a árvore de natal cá em casa. Eu, tu e o teu pai prontos para um final de tarde especial e animado. Tinha tudo para correr bem, não é verdade? 
Para começar o papá foi à garagem buscar a árvore de natal e os enfeites que, pensávamos nós, iriam introduzir a nossa casa no verdadeiro espírito natalício. Quando o teu pai veio da garagem com dois sacos na mão e aquele sorriso que me faz apaixonar por ele todos os dias, eu comecei logo a tirar o que havia para fora. Estávamos felizes! Acabei de desembrulhar tudo  e fiquei intrigada. Faltava imensa coisa! Claro que o meu pensamento foi “Homens! Pegou nos primeiros dois sacos que lhe apareceram à frente com coisas de natal e achou que já era muito!”. O teu pai voltou à garagem e veio de mãos a abanar. Não podia acreditar... Decidimos ir os três! A não ser que o boneco de neve tivesse ganho vida e levado o resto atrás, tinha de estar lá o que faltava. Revirámos a garagem e nada. Voltámos para casa. Revirámos os armários da sala e nada. Revirámos os quartos e nada. Revirámos a casa inteira e... NADA!  Tu estavas com o teu ar curioso, certamente a achar que estávamos loucos e nós a rir no chão de uma casa que parecia ter acabado de ser assaltada.
Conclusão? A árvore está montada e meia enfeitada e o resto da casa vai ter de esperar!
Aposto que talvez num dia quente de agosto vá aparecer tudo. Tenho um talento especial para não encontrar nada quando preciso das coisas e outro para as encontrar quando já não fazem falta.
Uma coisa é certa, tal como esperava foi uma tarde especial e até mais animada do que poderia imaginar.

P.S.- Amanhã vamos às compras para pôr esta casa como deve ser para o natal! 

Amo-te