Foi numa cidade bem bonita do interior, na Covilhã. Fomos para
lá estudar e trouxemos um amor para a vida. Prometo que um dia te levo a
conhecer os cantinhos da cidade onde os teus pais fizeram tantos planos e foram
tão felizes.
Foi lá que te começámos a sonhar.
Vais passear pelos jardins onde
andámos de mãos dadas e vais suster a respiração a olhar para as montanhas.
Vamos contar-te montes de histórias e tu
vais achar que devíamos parecer dois palermas apaixonados. A verdade é
que vais ter razão.
Depois de ter conhecido o teu pai
não demorei muito tempo a ficar completamente apaixonada e, pela maneira como
já sorris para ele, eu sei que tu percebes porquê. O teu pai tornou a minha vida num conto de fadas. Acho que foi por isso que decidimos casar num castelo.
Namorávamos há pouco tempo
quando ele me disse que gostava de ter cinco filhos, juro que naquele momento
fiquei com a respiração suspensa. Depois de alguma negociação concordámos que
isso implicaria ter uma monovolume, o que iria ser um desastre porque eu sou
péssima a estacionar e o tamanho da monovolume seria um problema. Conclusão? Ficaríamos
pelos três filhos, seria o ideal. Mesmo assim continuei a achar uma loucura,
confesso.
Já passaram alguns anos desde
essa conversa e agora sempre que o vejo a tratar de ti percebo a razão pela
qual ele tanto queria ser pai. É tão dedicado, os olhos dele brilham
tanto quando te olha. Fico arrebatada quando vos vejo juntos, é absolutamente
delicioso.
Sabes, de repente ter três filhos
não me parece loucura nenhuma... Aliás, acho que vou é começar a treinar os
estacionamentos. Vai ser um orgulho encher-te de irmãos ao lado do teu pai.
P.S.- Hoje deste-nos uma noite
daquelas bem difíceis, mas quando te peguei ao colo abriste um sorriso tão
grande que, se for sempre assim, eu até não me importo que me acordes. Mas vá,
não precisa ser todos os dias.
Amo-te.
Sem comentários:
Enviar um comentário