terça-feira, 3 de maio de 2016








Queres saber onde eu e o teu pai nos conhecemos? 
Foi numa cidade bem bonita do interior, na Covilhã. Fomos para lá estudar e trouxemos um amor para a vida. Prometo que um dia te levo a conhecer os cantinhos da cidade onde os teus pais fizeram tantos planos e foram tão felizes. 
Foi lá que te começámos a sonhar. 
Vais passear pelos jardins onde andámos de mãos dadas e vais suster a respiração a olhar para as montanhas. Vamos contar-te montes de histórias e tu  vais achar que devíamos parecer dois palermas apaixonados. A verdade é que vais ter razão.
Depois de ter conhecido o teu pai não demorei muito tempo a ficar completamente apaixonada e, pela maneira como já sorris para ele, eu sei que tu percebes porquê. O teu pai tornou a minha vida num conto de fadas. Acho que foi por isso que decidimos casar num castelo. 
Namorávamos há pouco tempo quando ele me disse que gostava de ter cinco filhos, juro que naquele momento fiquei com a respiração suspensa. Depois de alguma negociação concordámos que isso implicaria ter uma monovolume, o que iria ser um desastre porque eu sou péssima a estacionar e o tamanho da monovolume seria um problema. Conclusão? Ficaríamos pelos três filhos, seria o ideal. Mesmo assim continuei a achar uma loucura, confesso.  
Já passaram alguns anos desde essa conversa e agora sempre que o vejo a tratar de ti percebo a razão pela qual ele tanto queria ser pai. É tão dedicado, os olhos dele brilham tanto quando te olha. Fico arrebatada quando vos vejo juntos, é absolutamente delicioso.  
Sabes, de repente ter três filhos não me parece loucura nenhuma... Aliás, acho que vou é começar a treinar os estacionamentos. Vai ser um orgulho encher-te de irmãos ao lado do teu pai.

P.S.- Hoje deste-nos uma noite daquelas bem difíceis, mas quando te peguei ao colo abriste um sorriso tão grande que, se for sempre assim, eu até não me importo que me acordes. Mas vá, não precisa ser todos os dias.

Amo-te.

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