quinta-feira, 1 de setembro de 2016


















Hoje acordei com um nervoso miudinho. O teu primeiro dia no infantário e eu cheia de dúvidas, medos e angústias. E se ficasses a chorar? E se não comesses? E se eu, pura e simplesmente, não conseguisse vir-me embora? 
O teu pai acordou animado, disposto a não me deixar ir abaixo. Ele é incrível, acho que já te disse. Quando chegou a hora de te acordar ele andava atrás de nós com a câmara fotográfica, com clara intenção de registar tudo o que ia acontecendo na preparação para o teu primeiro dia de escola.  
Era hora de sair de casa e tu toda vaidosa e sorridente como de costume. Eu confesso, as minhas pernas já tremiam. Estava há dias a tentar convencer-me de todos os benefícios que o convívio com outros meninos te ia trazer. Quase desejei ter-te dentro da minha barriga outra vez.  Até ser mãe estava longe de imaginar que uma ligação assim fosse possível.
Chegámos ao infantário, que verdade seja dita, parece uma paraíso para crianças. Tanta cor, tantos bonecos... E tu, claro, mantiveste o sorriso! Eu contorcia-me para não chorar mas tu estavas feliz, mesmo feliz. Isso deu-me força, dei-te um beijo e saí. Fiquei uns segundos parada à entrada do infantário, limpei as lágrimas que finalmente pude deixar cair e acreditei que ia tudo correr bem. Estás a crescer e eu só podia estar feliz.
Passado algum tempo liguei para lá para saber como te estavas a adaptar. Disseram-me que estavas a brincar com uma lagarta de peluche colorida, que não tinhas chorado nada e que já tinhas toda a gente rendida a ti. Tinhas sido preguiçosa a comer, mas isso eu já esperava. Tens a mania de só comer bem no meu colo.
Desliguei o telefone e agradeci  pelo privilégio de ser tua mãe.
Finalmente chegou a hora de te ir buscar. Estavas a brincar, muito tranquila. Peguei em ti, abracei-te com força e enchi-te de beijinhos... Se imaginasses as saudades que tive!
Viemos para casa, dei-te a sopinha e tu, como se adivinhasses que eu precisava de ser confortada, abraçaste-me... Ficaste bem quietinha, abraçada a mim, durante imenso tempo! Foi aí que percebi que também tiveste saudades minhas... Chorei pela segunda vez. Desejei que por mais passos que desses na vida, voltasses sempre com esse abraço de quem sente saudades.


Amo-te 

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